sábado, 20 de julho de 2013

A CRUEL INDÚSTRIA DOS OVOS






Inteligência das Galinhas


Normalmente quando se fala em galinhas, a grande maioria das pessoas não faz a menor ideia da inteligência que esses animais possuem. Também neste campo se verificou uma revolução no entendimento científico. A Dr. Lesley Rogers, uma destacada fisióloga animal, descobriu a lateralização do cérebro das aves - a separação do cérebro em hemisférios esquerdo e direito, com diferentes especializações - numa altura em que se acreditava que isto era uma propriedade única do cérebro humano. (Os cientistas acreditam agora que a lateralização está presente em todo reino animal). Com um acumulado de quarenta anos de experiência em pesquisas, Rogers argumenta que o nosso atual conhecimento sobre o cérebro das aves deixou "claro que as aves possuem capacidade cognitiva equivalente às dos mamíferos e até mesmo às dos primatas". Diz que as aves apresentam uma memória sofisticada que é "registada segundo algum tipo de sequencia cronológica que se torna uma autobiografia única". Tal como os peixes, as galinhas transmitem informação entre gerações. Também se enganam umas ás outras e podem adiar a satisfação tendo em vista recompensas maiores.




Em 2005 peritos científicos de todo o mundo reuniram-se para dar início ao processo de renomear as partes do cérebro aviário, à luz da nova percepção de que os cérebros das aves processam a informação de uma maneira análoga à do córtex cerebral humano.


GALINHAS POEDEIRAS



A gaiola típica das galinhas poedeiras destina a cada animal 430 centímetros quadrados de espaço - aproximadamente a dimensão de uma folha de papel A4. Essas gaiolas são empilhadas a uma altura de três a nove camadas - o Japão tem a maior unidade de criação em bateria, com dezoito gaiolas empilhadas - em armazéns sem janelas.





Imaginemo-nos num elevador apinhado, a ponto de não sermos capazes de nos virar sem bater (e irritar) no nosso vizinho. O elevador está tão lotado que muitas vezes somos erguidos no ar. Isso acaba por ser uma espécie de vantagem, já que o piso inclinado é feito de arame, que se enterra em nossos pés.
Depois de algum tempo, quem se encontra no elevador vai perder a capacidade de trabalhar pelo interesse do grupo. Alguns irão tornar-se violentos; outros enlouquecerão. Outros ainda privados de alimentos, desenvolverão tendências canibais.
Não há tréguas, não há alívio. Não vai aparecer nenhum técnico de manutenção. As portas irão abrir-se uma vez no final da nossa vida, para a viagem até ao último local pior.(ver processamento).






Segundo a indústria, existem dois tipos de galinhas - de carne e poedeiras. Chamamos  
galinhas a ambos os tipos mas elas apresentam corpos e metabolismos profundamente diferentes. As poedeiras "põem" ovos. Os frangos de carne produzem carne. Antigamente as galinhas tinham uma esperança de vida de quinze a vinte anos mas o frango de carne moderno é regra geral abatido às seis semanas. A taxa de crescimento aumentou 400%.



O QUE ACONTECE À TODOS OS PINTOS MACHOS DAS POEDEIRAS?

Todos os machos (uma vez que não servem para pôr ovos nem foram moldados para fornecerem carne), são destruídos.



A maior parte são destruídos sendo sugados através de uma série de tubos até uma placa electrificada. Alguns são lançados para grandes contentores de plástico. Os animais mais fracos são esmagados no fundo, onde sufocam lentamente. os mais fortes sufocam lentamente no cimo. 



Outros ainda são enviados totalmente conscientes através de tanques de maceração (imaginem um triturador de madeira cheio de pintos).









Os produtores de ovos manipulam o alimento e a luz para ativar o relógio interno dos aves para que comecem a por os valiosos ovos mais cedo e, acima de tudo, ao mesmo tempo:



"Assim que as fêmeas chegam a um estado de maturidade - são colocadas em celeiros e baixa-se as luzes vinte e quatro horas por dia. Depois iniciam uma dieta muito baixa em proteínas, uma dieta em que quase morrem de fome. Isso durante duas a três semanas. Depois acendem luzes dezasseis horas por dia, ou vinte, com as galinhas, para que elas pensem que estão na primavera, e dão inicio a uma alimentação rica em proteínas. As aves começam de imediato a por ovos. Ao controlar a luz, a alimentação e a altura em que comem, a industria pode obrigar as aves a pôr ovos o ano inteiro. E é isso que fazem. Os perus põem agora 120 ovos por ano e as galinhas mais de 300. São duas ou mesmo três vezes mais que na natureza. Depois desse primeiro ano são abatidas, porque já não vão por a mesma quantidade de ovos no segundo ano - é mais barato abatê-las e começar tudo de novo do que alimentar e alojar aves que põem menos ovos. Em grande medida é por causa dessas praticas que a carne das aves de criação é tão barata atualmente, mas as aves sofrem por isso.


AO AR LIVRE


O rótulo "criado ao ar livre" é uma treta. Não nos deveria tranquilizar mais do que "natural" ou "fresco" ou "mágico".
Por serem considerados criados ao ar livre, os frangos produzidos para acrene devem ter "acesso ao exterior", algo que, se tomarmos essas palavras à letra não significa nada. (Imaginem uma unidade com trinta mil frangos, com uma pequena porta nas extremidades a dar acesso a um pequeno quadrado de terra batida com metro e meio de lado - e em que a porta está sempre fechada, salvo raras ocasiões).


Com frequência, os ovos das galinhas criadas de forma intensiva - galinhas amontoadas em vastos celeiros vazios - são etiquetados como sendo de galinhas criadas ao ar livre. Podemos ter a certeza quase absoluta de que a maior parte das galinhas poedeiras criadas "ao ar livre" (ou "sem gaiolas") não tem bico, são drogadas e abatidas cruelmente assim que estão "gastas".





Fonte: "Comer Animais", Jonathan S. F.

Fotos tiradas da internet.

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